quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Um descuido e uma sonora gargalhada

Habitualmente a felicidade é atribuída a um acontecimento. Uma conquista pessoal, um sucesso profissional, um elogio inesperado. O sorriso parece uma troca. Você me dá 10 na prova e eu distribuo sorrisos por aí. Você fala que estou bonita e aí sim posso seguir em frente e segura de mim.
 
Mas a felicidade de verdade, possui outra forma. G. Rosa, sábio, disse: "Felicidade se acha é nas horinhas de descuido".Felicidade está no simples, no mais singelo, no trivial. Felicidade mesmo é acordar alegre. Acordar um disposição pro mundo e para tudo que ele tem a oferecer (seja de bom ou de ruim).É sorrir com um único motivo: a vida.
 
Por que a felicidade é só questão de ser.



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Quartas para que te quiero!

As segundas-feiras têm cara de preguiça. Quando otimistas elas se fantasiam de esperança.

As terças são cinzentas, sem cor ou calor.

Mas as quartas... Ahhh! As quartas são o suspiro da semana: dão tchau para as segundas e terças mornas e anunciam a chegada das calientes sextas-feiras (que são calientes, mesmo quando imperadas pela arte de ficar à toa).

Registro aqui meu amor pelas quartas com uma música delicinha para embalar aqueles devaneios dançantes e escondidos que todo mundo tem!


domingo, 25 de setembro de 2011

Eu-lírico faminto

Aos seis anos de idade, trava-se uma batalha com a balança.Uma batalha tão séria que um dia na terapia ela se denominou "garota regime". Percebeu o peso dessa realidade anos após o início da luta. É biotipo super brasileiro: pernão, bundão e cintura fina. A pequenez não lhe cabe. Nunca lhe coube e nunca lhe caberá. 

Nunca também, foi uma comedora compulsiva. Nunca. Nunca se permitiu ser. Mas por ansiedade, escolhas mal feitas, genética divina e inúmeros fatores a balança sempre foi sua maior inimiga. Numa conturbada relação com a comida muita vezes evitou dizer não.

Nesse sentido,a comida é metáfora de muita coisa. Metáfora de seu eu lírico. Metáfora de culpa, dor e sofrimento durante longos anos. De repente a comida passa a não ter valor. Passa a ser deixada de lado e sobram migalhas, pedaços e desabores no prato. Nem tudo mais parece ser mais tão gostoso ou apetitoso. Surge uma nova metáfora. Aquela em que a vida e a comida passam receber sonoros nãos e são degustadas de outra forma. A vida e a comida passam a ser bem vindas quando sua porção realmente vale a pena.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Suspiro no escuro

O desejo mais natural de um mundo embolado é a fuga. Fugir para um local bem distante onde o problema esteja longe da nossa visão e que pareça seguro.

Ocorre que ao entrar no trem não temos opção: a bagagem vem junto. Vem mesmo. Vem pesada, carregada, abarrotada. Até tentei deixá-la para trás, mas o carregador me disse que tinha, que era obrigada a levá-la. Bem que tentei deixá-la perdida por aí... 

O mundo embolado está comigo. Não está com o mundo. Mude eu de lugar, mude eu de nome, a carga será a mesma. Mesmo assim, insisto que pode ser que os novos ares sejam inspiradores. Ares refrescantes que renovam a mente e trazem novo fôlego, mesmo que a bagagem seja antiga.

Hoje vou buscar novos suspiros embalada por boa música (sempre).


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dom de (Me) Iludir


Alguém te envia um email quase que mandamental com o intuito de aconselhar. Você, pensando ser sensata, acredita que aquele é o caminho. Acredita que a pessoa está de fora, não está emocionalmente envolvida, logo consegue deduzir melhor juízo da situação. Por minutos e horas você, bem mandada, mentaliza aqueles imperativos como se fossem seus.

De repente, você volta ao seu próprio juízo. Restabelece ordens de hierarquia da sua vida e se lembra que o rei da sua (i)racionalidade e do seu coração é você, você e propriamente você. Não há crime de desobediência, nem falta de comprometimento por não cumprir o estipulado. É só você sendo você mesma.

Afinal de contas cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.



terça-feira, 13 de setembro de 2011

Santa Ignorância

Ontem discutia com uma amiga a beleza da ignorância. Aquele que não sabe, desconhece, não sofre. Não há como sofrer por aquilo que não está evidente, que não está a altura de seus olhos ou que por algum segundo nem passou perto da sua cognição. O feio é a ferida aberta que se tenta compreender, que perpassa pelo  sentimento.Dormi desejando ser a maior das ignorantes do mundo.

Acordei para esse mesmo mundo que dormi e ele me gritou o contrário. Ele esgoelou para mim que a inteligência estava comigo e caminhando do meu lado. E não é que eu abri só sorrisos e desejei ser a mais inteligente do mundo. Mentira, mentira. Desejei ser inteligente e tão somente. Ser inteligente na medida que minha capacidade cognitiva seja útil,útil para mim e pro mundo.

O dia passou e vou dormir desejando a mais sábia das inteligências: a ignorância libertadora daquilo que não merece conhecimento.




Just think com Aretha Franklin

sábado, 10 de setembro de 2011

Pela lei (não) natural dos encontros


As redes são sociais são um planeta. Tal qual existe a Terra, Marte e Vênus, existem as redes sociais. Esse mundo é bem avançado , moderno e infinito. No planeta das redes sociais a competitividade é acirrada e o nu não é artístico. Sim, se você acha que está todo mundo bem vestido nas redes sociais, olhe bem para você e certifique-se que sua roupa ainda está no lugar.

Nesse planeta, sem lei e regras, nem sempre a moral prevalece. Acho mesmo que essa é a lei: ausência da normatividade. Ali você é livre para se vender como quer, para ser o que quiser e para que os outros achem que você é aquilo que eles querem que você seja. E é nesse sentido que está a nudez. Tem gente que está nu fazendo seu próprio marketing, mostrando o próprio e o impróprio quando o melhor seria ficar com roupas e muitas roupas. Tem gente que está se despedindo aos poucos, peça por peça, deixando de lado velhas amarras, preconceitos e experimentando viver o novo. Tem gente que tirou a roupa sem clima algum e faz questão de se expôr ridículo avisando até que está menstruada (é verdade!). Mas ok, o planeta é livre, é livre. Tem gente bacana que prefere permanecer vestido e só tirar a roupa quando o clima pede e o local seja adequado, colocando bons pensamentos e informação despretenciosa.

E, penso eu, que se Nietzsche vivesse nesse planeta ele diria que as redes sociais são o ópio do povo, derramando gotas de esperança e doces ilusões sobre quem assim quiser.

Esse é o mistério desse planeta recém descoberto e rapidamente povoado denominado Redes Sociais.


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Antes que seja tarde, o bom filho a casa retorna.


Há tempos venho tentando criar coragem de voltar a escrever aqui. Estranhamente, tenho tido medo de fazer aquilo que mais amo: letrar. Como já disse algumas vezes, minha paixão pelas palavras é intensa, constante e ilimitada. É visceral. É a melhor parte de mim. A mais inteira, mais verdadeira, mais e menos sensata. É minha versão mais sincera e tenho certeza que é daí que vem o medo. Medo de encarar a verdade e vontade de continuar distraindo o coração.

Antes que seja tarde, o bom filho a casa retorna.




Raphaela R.

domingo, 24 de abril de 2011

Sem glamour da alma gêmea

Eu prefiro esse texto escrito. Essa foi a sensação que tive quando vi esse vídeo pela primeira vez. Depois de vê-lo algumas vezes, continuo com a mesma sensação, só que mais amena. A questão é que o escrito permite uma leitura minha, só minha. Me permite fazer a interpretação e colocar a entonação que eu quiser. Acho que é por isso que sou tão apaixonada por palavras, mensagens, recados, letras e emails, eles podem ser tudo o que eu mais desejar.



Raphaela R.

domingo, 3 de abril de 2011

Baú da Vergonha

Todo mundo tem seu lado cafona. Todo mundo gosta de alguma coisa ou tem alguma atitude que tem vergonha. Por vezes, o barango passa e fica registrado em fotos, mas por outras o cafona é quase sanguíneo. Como já disse aqui no blog, sou fã de listas e resolvi elaborar uma para elencar minhas cafonisses habituais.

1- Gostar da música "Kiss from a rose" do Seal. Adoro essa música, trilha sonora de um dos filmes do Batman, e o clipe dela expressa bem no espírito baranguisse da canção.

2-Gostar de "Moulin Rouge". Em geral, não sou fã de musicais. Musicais são barangos. Acho um teatro exagerado e pedante.("Mamma mia " foi das piores coisas que já assisti na vida!) Contudo, "Moulin Rouge" foi um filme divisor de águas na minha vida, o primeiro filme adulto que vi, cafona que só e, para mim, lindo que só!

3-Comprar Cd´s, porque não tenho habilidade para baixar músicas na internet. Sou lerda com tecnologias e não tenho muita paciência. Diante disso, ainda cultivo o velho hábito de comprar cd´s muita vezes porque gosto de uma única canção.

4-Gostar de marmita. Em geral, as pessoas reclamam das marmitas porque a comida fica toda misturada. Eu gosto mesmo é dessa mistura, principalmente quando tem feijão.E para piorar, curto marmita gelada.

5- Ler revistas femininas. Eu leio tudo que está na minha frente. Desde de livros de medicina, propagandas à cartilhas de partidos políticos. Nesse lógica, desde que tenho uns oito anos leio revistas femininas abarrotadas de conselhos prontos, frases feitas e soluções para se buscar um amor ideal. Li muita coisa imprópria para minha idade na época, mas a sorte é que soube aprender com aquilo tudo, mesmo que inadeqado. (Anos mais tarde,com meus 13 anos descobri que finalmente criaram uma revista feminina inteligente: a TPM. Essa vale a pena!)

E por fim e hour concour, a minha baranguisse diária: andar de ônibus e de roupa social. Todo dia estou eu de calça social, arrumadinha e ,eventualmente, de salto pegando o 2150 que me leva ao trabalho e a faculdade. Ô tristeza.

Raphaela.

P.s: A cafonisse às vezes impera. Acabei de pensar que tenho dois Cd´s da trilha do "Moulin Rouge" com orgulho. 

terça-feira, 1 de março de 2011

Play Carnival

Há uma lenda brasileira, bem verídica por sinal, de que as coisas no país só começam a funcionar depois do Carnaval. Ao contrário do país, tem gente que só funciona NO Carnaval. O funcionar aí está empregado no sentido mais amplo que se pode imaginar. Funcionar como seguir as vontades e tão somente os sentidos. 

A gente vive se podando. Buscando as palavras certas, tendo gestos mais comedidos, rindo com certa cautela, evitando piadas e mentindo para nós e para o mundo. A gente vive tentando se adequar socialmente da maneira que os olhos externos julgam ser a mais correta.

No carnaval, às vezes com uma ajudinha do álcool, o mundo 4 dias passa pela tangente do socialmente aceitável. (Embora haja uma adequação social carnavalesca). As pessoas tiram as roupas, jogam foram máscaras e colocam outras mais verdadeiras que aquela roupa formal de todo dia no escritório. No carnaval ninguém é doutor. É todo mundo personagem, é todo mundo sujeito de uma alegria, fantasiado de sua própria verdade, do melhor que tem em si mesmo.

Pena que depois de quatro dias o mundo para de funcionar...

Raphaela R.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Rótulos

O abacate tem fama de calórico e gorduroso. De quebra ainda o rotularam como cheio de colesterol. Raphaela tem fama de brava e mal humorada. Feliz do abacate que é cheio de gordura boa e não tem colesterol. Feliz dessa tal de Raphaela que anda distribuíndo sorrisos por aí.

Pobre de quem anda rotulando pelo mundo, porque, nem sempre, quem tem fama deita na cama.

Raphaela R.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Umbigo do mundo

Eventualmente a gente acha que é umbigo do mundo. Pensa que todos os olhares estão concentrados em nós e que tudo só acontece com a gente. Achamos que o outro tá ali, gastando todos os fosfatos pensando em nossos pequenos passos. Pobre de nós. A verdade é que o outro está olhando para aquele passarinho lá do outro lado ou para o cachorro manco na esquina. Mas a verdade mesmo é que é uma sorte não ser o umbigo do mundo. Ufa! Quero mesmo estar livre de TODOS esses olhares que um dia sugeri que eram para mim.

Aí vai uma canção (não tem vídeo! =/) do foda do Lula Queiroga (parceiro fiel do meu ídolo eterno Lenine) cantada pela mineira Marina Machado que tem tudo a ver com centros gravitacionais focados no próprio ego.

Viajar o mundo inteiro pra ver
Pra ver como mundo é grande
Pra ver como a terra é gigante
pra ver como eu sou pequeno
Pra ver como eu sou poeira.
Subir a montanha mais alta pra ver
A estrada e o rio
Do tamanho de um fio de cabelo
Pra ver como eu sou poeira
Pra ver como eu sou um cisco
E o rio são francisco visto do alto
é um risco no mapa.
Quero nada,
Quero não,
Quero nada, não.
Olhar pela janela do Discovery
E ver como a terra é grande.
E ver como a terra é azul.
Girando num universo sem fronteira.
Deixa eu aqui plantado no mesmo lugar
Se eu quiser eu leio um livro
Se eu quiser eu toco um som
Porque o tom do pensamento é infinito e sonhar é bom.
Quero nada,
Quero não,
Quero nada, não.

Raphaela R.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Knockin On Heaven´s Door


Se assim for, Mafaldinha, abra a porta,chame-a para uma cerveja e entregue-lhe a chave.

Raphaela R.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A poesia do palhaço

É senso comum que as canções mais bonitas e as poesias mais sensíveis foram escritas em momentos de dor.É uma verdade que escrevo bem melhor quando estou transbordando de raiva ou de tristeza. Verdade verdadeira. Contudo, prometi para mim mesma que terei que aprender a escrever melhor transbordando de alegria. 

Raphaela R.