quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Quartas para que te quiero!

As segundas-feiras têm cara de preguiça. Quando otimistas elas se fantasiam de esperança.

As terças são cinzentas, sem cor ou calor.

Mas as quartas... Ahhh! As quartas são o suspiro da semana: dão tchau para as segundas e terças mornas e anunciam a chegada das calientes sextas-feiras (que são calientes, mesmo quando imperadas pela arte de ficar à toa).

Registro aqui meu amor pelas quartas com uma música delicinha para embalar aqueles devaneios dançantes e escondidos que todo mundo tem!


domingo, 25 de setembro de 2011

Eu-lírico faminto

Aos seis anos de idade, trava-se uma batalha com a balança.Uma batalha tão séria que um dia na terapia ela se denominou "garota regime". Percebeu o peso dessa realidade anos após o início da luta. É biotipo super brasileiro: pernão, bundão e cintura fina. A pequenez não lhe cabe. Nunca lhe coube e nunca lhe caberá. 

Nunca também, foi uma comedora compulsiva. Nunca. Nunca se permitiu ser. Mas por ansiedade, escolhas mal feitas, genética divina e inúmeros fatores a balança sempre foi sua maior inimiga. Numa conturbada relação com a comida muita vezes evitou dizer não.

Nesse sentido,a comida é metáfora de muita coisa. Metáfora de seu eu lírico. Metáfora de culpa, dor e sofrimento durante longos anos. De repente a comida passa a não ter valor. Passa a ser deixada de lado e sobram migalhas, pedaços e desabores no prato. Nem tudo mais parece ser mais tão gostoso ou apetitoso. Surge uma nova metáfora. Aquela em que a vida e a comida passam receber sonoros nãos e são degustadas de outra forma. A vida e a comida passam a ser bem vindas quando sua porção realmente vale a pena.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Suspiro no escuro

O desejo mais natural de um mundo embolado é a fuga. Fugir para um local bem distante onde o problema esteja longe da nossa visão e que pareça seguro.

Ocorre que ao entrar no trem não temos opção: a bagagem vem junto. Vem mesmo. Vem pesada, carregada, abarrotada. Até tentei deixá-la para trás, mas o carregador me disse que tinha, que era obrigada a levá-la. Bem que tentei deixá-la perdida por aí... 

O mundo embolado está comigo. Não está com o mundo. Mude eu de lugar, mude eu de nome, a carga será a mesma. Mesmo assim, insisto que pode ser que os novos ares sejam inspiradores. Ares refrescantes que renovam a mente e trazem novo fôlego, mesmo que a bagagem seja antiga.

Hoje vou buscar novos suspiros embalada por boa música (sempre).


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dom de (Me) Iludir


Alguém te envia um email quase que mandamental com o intuito de aconselhar. Você, pensando ser sensata, acredita que aquele é o caminho. Acredita que a pessoa está de fora, não está emocionalmente envolvida, logo consegue deduzir melhor juízo da situação. Por minutos e horas você, bem mandada, mentaliza aqueles imperativos como se fossem seus.

De repente, você volta ao seu próprio juízo. Restabelece ordens de hierarquia da sua vida e se lembra que o rei da sua (i)racionalidade e do seu coração é você, você e propriamente você. Não há crime de desobediência, nem falta de comprometimento por não cumprir o estipulado. É só você sendo você mesma.

Afinal de contas cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.



terça-feira, 13 de setembro de 2011

Santa Ignorância

Ontem discutia com uma amiga a beleza da ignorância. Aquele que não sabe, desconhece, não sofre. Não há como sofrer por aquilo que não está evidente, que não está a altura de seus olhos ou que por algum segundo nem passou perto da sua cognição. O feio é a ferida aberta que se tenta compreender, que perpassa pelo  sentimento.Dormi desejando ser a maior das ignorantes do mundo.

Acordei para esse mesmo mundo que dormi e ele me gritou o contrário. Ele esgoelou para mim que a inteligência estava comigo e caminhando do meu lado. E não é que eu abri só sorrisos e desejei ser a mais inteligente do mundo. Mentira, mentira. Desejei ser inteligente e tão somente. Ser inteligente na medida que minha capacidade cognitiva seja útil,útil para mim e pro mundo.

O dia passou e vou dormir desejando a mais sábia das inteligências: a ignorância libertadora daquilo que não merece conhecimento.




Just think com Aretha Franklin

sábado, 10 de setembro de 2011

Pela lei (não) natural dos encontros


As redes são sociais são um planeta. Tal qual existe a Terra, Marte e Vênus, existem as redes sociais. Esse mundo é bem avançado , moderno e infinito. No planeta das redes sociais a competitividade é acirrada e o nu não é artístico. Sim, se você acha que está todo mundo bem vestido nas redes sociais, olhe bem para você e certifique-se que sua roupa ainda está no lugar.

Nesse planeta, sem lei e regras, nem sempre a moral prevalece. Acho mesmo que essa é a lei: ausência da normatividade. Ali você é livre para se vender como quer, para ser o que quiser e para que os outros achem que você é aquilo que eles querem que você seja. E é nesse sentido que está a nudez. Tem gente que está nu fazendo seu próprio marketing, mostrando o próprio e o impróprio quando o melhor seria ficar com roupas e muitas roupas. Tem gente que está se despedindo aos poucos, peça por peça, deixando de lado velhas amarras, preconceitos e experimentando viver o novo. Tem gente que tirou a roupa sem clima algum e faz questão de se expôr ridículo avisando até que está menstruada (é verdade!). Mas ok, o planeta é livre, é livre. Tem gente bacana que prefere permanecer vestido e só tirar a roupa quando o clima pede e o local seja adequado, colocando bons pensamentos e informação despretenciosa.

E, penso eu, que se Nietzsche vivesse nesse planeta ele diria que as redes sociais são o ópio do povo, derramando gotas de esperança e doces ilusões sobre quem assim quiser.

Esse é o mistério desse planeta recém descoberto e rapidamente povoado denominado Redes Sociais.


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Antes que seja tarde, o bom filho a casa retorna.


Há tempos venho tentando criar coragem de voltar a escrever aqui. Estranhamente, tenho tido medo de fazer aquilo que mais amo: letrar. Como já disse algumas vezes, minha paixão pelas palavras é intensa, constante e ilimitada. É visceral. É a melhor parte de mim. A mais inteira, mais verdadeira, mais e menos sensata. É minha versão mais sincera e tenho certeza que é daí que vem o medo. Medo de encarar a verdade e vontade de continuar distraindo o coração.

Antes que seja tarde, o bom filho a casa retorna.




Raphaela R.