terça-feira, 1 de março de 2011

Play Carnival

Há uma lenda brasileira, bem verídica por sinal, de que as coisas no país só começam a funcionar depois do Carnaval. Ao contrário do país, tem gente que só funciona NO Carnaval. O funcionar aí está empregado no sentido mais amplo que se pode imaginar. Funcionar como seguir as vontades e tão somente os sentidos. 

A gente vive se podando. Buscando as palavras certas, tendo gestos mais comedidos, rindo com certa cautela, evitando piadas e mentindo para nós e para o mundo. A gente vive tentando se adequar socialmente da maneira que os olhos externos julgam ser a mais correta.

No carnaval, às vezes com uma ajudinha do álcool, o mundo 4 dias passa pela tangente do socialmente aceitável. (Embora haja uma adequação social carnavalesca). As pessoas tiram as roupas, jogam foram máscaras e colocam outras mais verdadeiras que aquela roupa formal de todo dia no escritório. No carnaval ninguém é doutor. É todo mundo personagem, é todo mundo sujeito de uma alegria, fantasiado de sua própria verdade, do melhor que tem em si mesmo.

Pena que depois de quatro dias o mundo para de funcionar...

Raphaela R.

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